Papa lança alerta pela Sustentabilidade do planeta
O papa Francisco lançou a primeira Incíclica voltada para o Meio Ambiente. Com isso, aponta urgência nas ações políticas e governamentais que interrompam a degradação ambiental e reforça que o aquecimento global é, sim, causado pela ação humana.
Em “Laudato si – Sobre o cuidado da casa comum” Francisco estabelece uma causa pelo pobres e expressa a fragilidade do planeta. Está claro no eixo do documento que a proposta é chamar a atenção para a necessidade de promover um novo estilo de vida em sociedade, eliminando a “cultura do descartável”. No entanto, o papa também admite que esta mudança só será viável se os países ricos aceitarem sacrificar parte do seu crescimento — disponibilizando recursos para que outras partes possam crescer de forma saudável.
De acordo com o documento, a Terra foi transformada num “depósito de porcarias” demonstrando o egoísmo econômico e social das nações mais ricas que só investem na mecanização da produção incitando ao consumo desenfreado. “É importante defender o valor do trabalho”, ele escreve e destaca que não é sustentável para o planeta que a política mundial seja utilitarista e pautada pela especulação financeira e pela produção máxima.
É preciso dar atenção “à justiça distributiva” e apostar na educação “ética e moral”, que cultive “atitudes de solidariedade e corresponsabilidade entre as pessoas”.
Francisco sugere que o consumo de combustíveis fósseis, como o petróleo, deve ser banido em favor das energias renováveis. E, ainda se posiciona contra a privatização da água, um bem vital e um direito de todos. O líder da Igreja Católica defende a proteção da bacia hidrográfica do Congo e de outros grandes rios ou os glaciares, importantes para “todo o planeta e para o futuro da humanidade”. E destaca a importância da Amazônia como pulmão do mundo.
O papa critica a produção dos alimentos transgênicos que hoje são a causa do monopólio na agricultura, onde há concentração de terras provocando o desaparecimento de pequenos produtores. O papa também indica que a saturação e embaçamento da visão das pessoas vem sendo causado pelo uso excessivo das redes sociais.
Por se aprofundar em questões científicas e políticas o documento não agradou os setores conservadores, mas ganhou elogios de cientistas e apoio das Nações Unidas e dos ativistas ambientais.