Nosso algodão colorido pelas mãos de João Pimenta
O algodão colorido orgânico da Natural Cotton Color marcou presença na 41ª São Paulo Fashion Week – SPFW, uma das maiores semanas de moda do mundo, graças à parceria da empresa paraibana com o estilista João Pimenta — que usou a matéria-prima sustentável para criar a sua coleção Verão 2017.
A coleção é composta de 41 looks. O vestuário produzido com malhas e tecidos planos do algodão colorido orgânico da Paraíba e o artesanato com rendas filé e rede de pesca foram fornecidos pela empresa Natural Cotton Color – NCC Ecobrands – que produz e exporta roupas e acessórios para EUA, França, Japão, Dubai e Austrália.
Francisca Vieira apresentou a pluma da espécie que já nasce com a cor quando convidou o estilista para fazer uma coleção para a marca (lançada em março na Expo West Califórnia – EUA). Deste encontro surgiu a ideia do estilista fazer também sua própria coleção. “O objetivo foi dar mais visibilidade ao algodão colorido pelas mãos de um dos mais criativos e sensíveis estilistas brasileiros da atualidade”, declarou a CEO da Natural Cotton Color.
A coleção faz menção às fardas de militares e uniformes de trabalhadores para reforçar a atemporalidade em contraponto ao sistema fast fashion. “É preciso respeitar a roupa que se veste. É preciso ter compromisso com a durabilidade. O uniforme também representa o ápice de vestimenta sem gênero, conceito sempre presente em meu trabalho”, disse o criativo estilista.
Foi a primeira vez de João Pimenta no Nordeste. E, em janeiro, ele se enveredou pelo agreste da Paraíba para conhecer toda a cadeia produtiva. Em Juarez Távora, visitou o assentamento onde famílias plantam, colhem e beneficiam o algodão colorido certificado como orgânico pelo Instituto Biodinâmico – IBD. Já no sertão, em São Bento, conheceu a fiação, a tecelagem, os artesãos. E recebeu também fios reciclados de algodão com garrafas pet e tecidos usados na produção de redes de dormir da Santa Luzia Redes e Decoração.
O desfile de João Pimenta com roupas de algodão colorido orgânico foi realizado no dia 28 de abril no Pavilhão da Fundação Bienal no Parque do Ibirapuera, na capital paulistana. O evento tem como compromisso o fortalecimento do mercado da moda brasileira.
Em sua jornada pela Paraíba o estilista descobriu que a cidade de Campina Grande nos anos de 1930 foi a maior exportadora mundial de algodão, o chamado Ouro Branco — só superada por Liverpool, na Inglaterra. Hoje, o estado se destaca pela produção do algodão colorido desenvolvido há 20 anos por meio da tecnologia e da inovação da Embrapa. “A produção ainda é pequena, mas o conceito ecológico é forte, sobretudo para o mercado global: a produção da malha comparada àquela comum, tingida pela indústria, gera economia de 87,5% de água, um recurso valioso cada vez mais escasso no mundo”, explica Francisca.
O estilista desembarcou em Juazeiro no Norte, no Ceará e, a caminho da Paraíba, fez o mesmo trajeto dos Tropeiros da Borborema — grupo de homens que transportavam volumosas sacas de algodão por vários e exaustivos dias. No imaginário, estes uniformes do desfile até que poderiam ser destas tropas. Alguns bordados de ossos se assemelham às carcaças de animais na estrada e outros trabalhos manuais são de fato uma referência ao artista nordestino Bispo do Rosário. Nos desenhos das roupas é possível notar as cruzetas da vestimenta do bando de Lampião. Alguns tecidos foram tingidas de amarelo e vermelho. Seriam uma referência ao calor que emanam da terra em alto verão — energia e combustível da criatividade de João Pimenta? Sim. Tudo se revela nesta coleção como resultado do encontro do estilista com um Brasil profundo, quente e acolhedor.
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