Projeto Algodão Paraíba brilha na semana de moda sustentável BEFW

À medida que as mentalidades de consumo evoluem, o mercado da moda sustentável tem testemunhado um notável crescimento nos últimos anos. De acordo com dados da Ethical Fashion Global Market, a indústria da moda ética atualmente ultrapassa os US$ 6,5 bilhões, com uma expectativa de atingir os US$ 15 bilhões até 2030. O segmento orgânico, com uma taxa composta de crescimento anual projetada de 16,2%, emerge como o de crescimento mais rápido.
Em sintonia com essa demanda em ascensão, o Projeto Algodão Paraíba, uma colaboração entre nove empresas, apresentou estande de produtos e um desfile inovador na 7ª Edição do Brasil Eco Fashion Week (BEFW) realizado de 7 a 9 de dezembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo – SP.

Estande do Projeto Algodão Paraíba na semana de moda sustentável Brasil Eco Fashion Week
O desfile teve impacto pela harmonia entre o design em alfaiataria e as cores do algodão. Os modelos vestiram peças das indústrias têxteis Companhia Industrial Cataguases, Dalila Têxtil, Ecosimple, Santa Luzia Redes e Decoração e Texpar (do grupo Unitêxtil), além das empresas de confecção D’Cotton, Dona Chica, Makano Natural e Natural Cotton Color. O desfile contou com calçados da Troppica e outros adquiridos no mercado popular em Campina Grande-PB.
Modelo de Produção Sustentável Busca Certificação Internacional
O Projeto Algodão Paraíba, abrangendo oito municípios na região do semiárido do estado, destaca-se pelo seu modelo de produção inovador. Com mais de 600 hectares de área plantada e envolvendo aproximadamente 300 famílias de agricultores de assentamentos rurais e comunidades quilombolas organizadas em cooperativa, o projeto tornou-se uma referência em estudos de caso sobre Arranjos Produtivos Locais (APL) e sustentabilidade. O cultivo do algodão é realizado mediante contrato de compra garantida com os empresários.
Francisca Vieira, CEO da Natural Cotton Color e mentora do Projeto Algodão Paraíba, ressalta a importância da colaboração da indústria têxtil. Ela destaca que essas parcerias não só são essenciais no fornecimento de insumos, mas também estão contribuindo para a infraestrutura local, promovendo uma verdadeira revolução nos campos da Paraíba.

Francisca Vieira, idealizadora do Projeto Algodão Paraíba em entrevista para Sandra Annenberg, do Globo Repórter (TV Globo)

O estande reuniu as indústrias Cataguases, Dalila Têxtil, Ecosimple, Santa Luzia Redes, Decoração e Texpar (do grupo Unitêxtil), além das empresas de confecção D’Cotton, Dona Chica, Makano e Natural Cotton Color.

Nando Monteiro, da BandNews, entrevista Francisca Vieira sobre o Projeto Algodão Paraíba.
Natural Cotton Color em destaque na passarela
As marcas participantes do desfile têm se destacado pelo seu comprometimento com a sustentabilidade ambiental, social, econômica e social. No entanto, a Natural Cotton Color, mais experiente, desfilou mais peças. Isso porque trouxe para a passarela do BEFW grande parte da coleção Asa Branca, lançada em setembro na Semana de Moda de Milão em evento denominado Beyond Fashion, da World Sustainability Organization – emissora do certificado Friend of the Earth para a marca. Saiba mais neste link.
A coleção da Natural Cotton Color foi apresentada com o algodão em tonalidades naturais, apresentando nuances de bege e marrom do algodão que já nasce colorido, e inserção do artesanato, sobretudo o labirinto, patrimônio da Paraíba e com polo produtivo na cidade de Ingá, onde há o maior cultivo de algodão agroecológico do Estado.
Entre as peças apresentadas pelas outras marcas, havia também algodão reciclado, com peças confeccionadas com fios provenientes de tecidos desfibrados e reconfigurados, como é o caso da Dalila Têxtil e da Santa Luzia Redes e Decoração. A base desta produção com fios sustentáveis, é o enquadramento na economia circular. Além de reintroduzir o algodão novamente na cadeia produtiva, elimina a etapa de tingimento.
Armando Dantas, diretor executivo da Santa Luzia, destacou a interseção entre moda e decoração. Na passarela, itens como mantas de sofá foram ressignificados como xales para o corpo, refletindo o comprometimento dos consumidores com um estilo de vida sustentável.
Rafael Morais, diretor executivo do BEFW, que acompanha o Projeto Algodão Paraíba desde 2017, destaca a iniciativa de convidar as empresas participantes para reproduzirem o impactante desfile visto no Dia da Colheita, em outubro, em Ingá, Paraíba. Morais ressalta que o BEFW ofereceu espaço na passarela e no salão de negócios para que as empresas ampliassem a divulgação do Projeto Algodão Paraíba, gerando benefício mútuo que atende às crescentes demandas por produtos sustentáveis.
A participação do BEFW com estande e desfile representou um marco para o Projeto Algodão Paraíba, que agora busca a certificação internacional Global Organic Textile Standard (GOTS). Essa certificação define critérios ambientais de alto nível em toda a cadeia de fornecimento de produtos têxteis orgânicos, desde a colheita até a produção e comercialização.