BEFW 2017 Algodão colorido em diálogo com a seda e o patchwork de rendas
A Natural Cotton Color foi o principal destaque da primeira edição da semana de moda sustentável Brasil Eco Fashion Week – BEFW realizado de 21 a 24 de novembro de 2017 na Unibes Cultural – espaço de Economia Criativa, em São Paulo. O evento tem como objetivo inspirar e fomentar a moda ética e consciente produzida no país.
Além de apresentar o algodão colorido orgânico da Paraíba para um público engajado em causas ambientais — demonstrou looks com processos complexos e criativos, detalhes artesanais — um dos fortes traços da marca.
A coleção com o algodão sustentável e orgânico foi criada por Francisca Vieira, CEO da Natural Cotton Color, em parceria com Rafael Lemos, designer e stylist que prestou consultoria para a marca com apoio do Senai-PB. O lançamento da coleção foi antes, em julho de 2020, na Pure London, na capital britânica.
Para o desfile da BEFW, os criadores inseriram novas peças usando seda e aviamentos tingidos com corantes naturais feitos de cascas de frutas, folhas e flores.
Além de apresentar a coleção prêt-à-porter a marca esteve em outros espaços da BEFW como showroom, Espaço Lab (com plumas de algodão e fios) e com Francisca Vieira, CEO da marca, participando de mesa redonda sobre o tema algodão orgânico.
Inspirações para o desfile: upcycle de rendas
Toda a criação da marca tem base no algodão colorido orgânico que já nasce em tons de bege e marrom. Para o desfile, a marca apostou no diálogo com outros tecidos, como a seda. Também e investiu em tingimentos com corantes naturais extraídos de cascas de frutas, folhas e flores.
Além de peças desenvolvidas em renda renascença e filé, a coleção teve boa parte orientada pelo conceito upcycle – com aproveitamento de sobras de rendas da própria confecção. “Há vestidos, saia e casacos feitos em patchwork de renda renascença tingidas naturalmente e unidas por crochê. Estes ‘resíduos’ são tesouros do artesanato local, e deram vida e cor para a coleção”, afirmou.
A trilha sonora do desfile teve Bolero de Isabel, do paraibano Jessié Quirino, interpretada pelo baiano Xangai; e Showroom Dummies, da banda alemã Kraftwerk.
O Bolero de Isabel é uma poesia sobre o sertão, onde nasce o algodão colorido orgânico da Paraíba. E Showroom Dummies fala sobre o despertar contra a industrialização em massa que acabou por transformou a moda na segunda indústria de maior impacto ambiental no mundo.
Francisca explica que as músicas para o desfile do primeiro evento de moda sustentável do país foram escolhidas com cuidado. “A música sensibiliza e gera impacto. É aliada para transmitir a informação, principalmente por esta nossa causa”, diz. O algodão colorido é cultivado para gerar riqueza para o setor da moda sem causar riscos para a saúde do trabalhador, para o consumidor ou para o meio ambiente. “A nossa moda é uma revolução”, conclui.
Veja todas as fotos do desfile neste link.